Já ouviu aquela história que quando se aprende na prática, o conhecimento é diferente? Quem sentiu essa frase ‘na pele’ foram os alunos do 2º período do curso de Agronomia, da Faculdade UMFG. Depois de quase dois meses em busca de diferentes espécies de insetos, na noite dessa segunda-feira (16), finalizaram suas próprias caixas entomológicas, como um trabalho para a disciplina de Entomologia Geral, ministrada pela professora Aletheia Alves da Silva.
E o resultado foi fantástico: caixas repletas de variedades de borboletas, besouros, abelhas, percevejos, grilos e cigarras, como a da Maria Eduardo Couto Ruiz, que conta, em tom de brincadeira, que ao final do trabalho se tornou o que ela mais temia: a pessoa que acha todos os bichinhos bonitinhos. “Vi vários vídeos no Youtube durante os meses de captura e fui muito cuidadosa na montagem, para evitar que depois de secos eles quebrassem”, conta.
A busca pelos bichinhos contribui para o estudo morfológico e fisiológico dos animais. “É quando, de forma prática, os estudantes aplicam os conhecimentos aprendidos em sala de aula”, explica o coordenador do curso de Agronomia, Rogério Lavanholi. Cada aluno precisou apresentar, no mínimo, 20 animais, sendo que três deles precisavam ser exclusivos Foram mais de 800 insetos capturados, identificados, estudados e catalogados.
Para a estudante Maria, esse trabalho é fundamental para a sua formação como agrônoma. “Veja só esses dois percevejos”, aponta para os animais, “embora muito parecidos, um deles é considerado uma praga na plantação e o outro ajuda a combater a praga. Depois das minhas pesquisas para a montagem, eu conheci muito sobre eles e vou saber identificar quando me tornar uma profissional”, argumenta.
Para o estudante Gustavo Rocha Napoleão, também do 2º período de Agronomia, o maior desafio foi a caça dos insetos. “Em todos os lugares que eu ia ficava de olho para capturá-los. Nesse processo, comecei a conhecê-los ainda mais”, relata. “Com os conhecimentos que obtive, agora saberei como manejar cada categoria deles na lavoura”, conclui.
EXPOSIÇÃO
Agora, os trabalhos passarão por uma análise aprofundada pelos professores e os insetos que não se repetiram serão doados para exposição ao público no Ecomuseu de Cianorte.
“O conhecimento obtido por nossos estudantes precisa ser compartilhado com a comunidade para fazer sentido”, reforça o coordenador, Rogério.
CAIXA ENTOMOLÓGICA
O nome pode até parecer difícil, mas na prática é muito simples entender que esta é uma ferramenta para pesquisar insetos. Por meio da caixa, é possível verificar a espécie e a qual grupo, ordem e família eles pertencem. Os animais são fixados na base da caixa com um alfinete, acompanhados com uma etiqueta de identificação.